A história das coleções e museus remonta a quatro séculos, quando surgiram as atividades curatoriais e de gestão para selecionar, estudar, salvaguardar e comunicar acervos. Essas atividades incluem observação, coleta, tratamento e armazenamento, bem como procedimentos de controle, organização e administração.
Para a preservação adequada de coleções científicas em museus, é essencial seguir metodologias bem definidas e em conformidade com a legislação vigente, para que possam cumprir seus objetivos e missões socioculturais. A Coleção de Macrofósseis é um exemplo de equipe interdisciplinar coordenada por museólogos que desenvolvem metodologias de curadoria de coleções científicas, que incluem conservação, documentação e comunicação voltadas para a salvaguarda do patrimônio fossilífero.
A preservação de fósseis, como patrimônio da União, requer investigação e salvaguarda adequadas para cumprir seu papel de testemunho da história e evolução da vida no planeta. Isso pode ser feito in situ ou ex situ, ou seja, em espaços oficialmente destinados a essa prática, como coleções e museus.
O Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mantém uma valiosa coleção de fósseis que é essencial para a formação e investigação acadêmica de discentes, docentes e pesquisadores internos e externos à universidade. A Coleção de Macrofósseis é composta por fósseis obtidos por meio de atividades de campo, como disciplinas da grade curricular, expedições científicas e doações.
A Coleção de Macrofósseis do Departamento de Geologia possui três coleções principais que contêm amostras de invertebrados, antiga Faculdade Nacional de Filosofia e um grupo diversificado de paleobotânica, paleoinvertebrados, paleovertebrados e icnofósseis. O acervo é um dos mais importantes do Brasil, com cerca de 15.791 registros e 33.463 exemplares de fósseis, oriundos de bacias intracratônicas e marginais do Proterozoico e Fanerozoico.
A coleção é destinada ao treinamento e qualificação de novos profissionais para atividades de pesquisa em bioestratigrafia, paleoecologia e análise paleoambiental. Um destaque do acervo é a importante coleção de holótipos, que são espécimes de referência na descrição de novas espécies e permitem o estudo da evolução dos animais e vegetais ao longo do tempo.